XVI Simpósio de Educação aprofunda análise da avaliação na escola
17/07/2009
A “Avaliação de aprendizagem: cuidados metodológicos e éticos” foi tema da palestra de encerramento do XVI Simpósio Rio-Clarense de Educação, no início da tarde desta quarta-feira, 8, no Grêmio Recreativo da Cia. Paulista. Aberto na segunda-feira, 6, o simpósio teve justamente a avaliação como tema geral. Sobre o assunto, vários especialistas expuseram seu conhecimento, numa sucessão de sete palestras muito concorridas pelo público participante, que somou mais de 1.200 profissionais da educação.
 A palestra de encerramento situou a questão da avaliação do ponto de vista histórico. Segundo o palestrante, Prof.dr.Cipriano Carlos Luckesi, que disse estudar o assunto desde quando freqüentava a universidade, em 1968, durante cerca de 400 anos “nossa tradição de avaliação significou castigo”.
Durante o período, que se prolongou até o início dos anos 30, no século passado, prevaleceu a idéia de que o não estar bem em relação ao ensino deveria ser punido. Depois disso, contudo, o Brasil novamente demorou a absorver as mudanças que vinham de fora, já então tomando a avaliação sob um outro aspecto, diferentemente da noção de exame. Isto ocorreu só a partir de 1970, mas “ainda não nos apropriamos adequadamente desse conhecimento”, ressalvou Luckesi.
Investigação
O exame implica em aprovação ou reprovação, explicou o palestrante. Tem sentido classificatório, seletivo e é, portanto, também excludente, como ocorre nos vestibulares ou nos concursos, de uma forma geral. “Já a avaliação requer investigação, e o investigar, aqui, se aplica a buscar o resultado da nossa ação de ensinar”, observou. “É, então, um método de investigar a qualidade da aprendizagem e, se os resultados não são satisfatórios, deve-se investir e cuidar para reverter o resultado negativo”, sublinhou.
Nascido em Charqueada, na região de Rio Claro, Luckesi mudou-se posteriormente para Sorocaba e de lá foi para Salvador, na Bahia, onde reside há mais de 40 anos. Repetente assumido, ele contou ter sido reprovado em várias séries quando era criança e pré-adolescente, mas notou que os tropeços terminaram quando, por volta dos 15 anos de idade, encontrou um grupo de professores que se prontificou a “ensinar”.  E, de acordo com a experiência de Luckesi, quando se é “ensinado, se aprende”.
Enquanto o “conhecimento salva, a ignorância, literalmente, mata”, afirmou o palestrante, que convidou o público que lotava as dependências do Grêmio Recreativo para prosperar na aplicação destes novos conceitos de avaliação, entendendo esta como uma forma de “subsidiar a produção do melhor resultado”.
Tema oportuno
Em seus pronunciamentos, que antecederam a palestra de encerramento do XVI Simpósio, o prefeito Du Altimari e a vice-prefeita Olga Salomão reconheceram o trabalho de organização do evento, creditando o sucesso à secretária municipal de Educação, Heloísa Maria Cunha do Carmo e sua equipe. Altimari e Olga ressaltaram que a escolha do tema “Avaliação” foi oportuna. “O ensino em Rio Claro precisa ganhar em qualidade, pois um de nossos esteios de governo é exatamente a premissa de assegurar excelência de serviços públicos para os nossos cidadãos”, precisou o prefeito. Altimari comentou, ainda, a necessidade de que a qualidade do ensino público rio-clarense evolua linearmente, sem que uma ou outra escola fique defasada neste aspecto. Ele citou o comprometimento de 25% do orçamento municipal com a Educação, disse que esta exigência além de legal é acertada e fundamental, mas, em contrapartida, lembrou que este também é um bom motivo para que o ensino aproveite este amparo extra para avançar o mais que puder, utilizando vantagens já disponíveis, como a boa estrutura física da rede e a informatização do sistema etc.
O Portal da Educação na Internet em Rio Claro é pioneiro, enquanto instrumento de transparência, notou também o prefeito. “É um privilégio que precisamos estender a outras secretarias, com prioridade para o setor de saúde”, afirmou.
 Olga Salomão, por sua vez, registrou que o governo municipal quer que os professores parem pelo menos uma vez por ano para fazerem uma reflexão sobre os rumos da Educação e que isto seja feito através da troca de experiências, ouvindo especialistas. “O tema avaliação, proposto neste simpósio, é muito pertinente, enseja discussões importantes, remete a práticas ainda melhores do ponto de vista de se obter qualidade de ensino”, fundamentou. Importante lembrar que, em menos de um mês, a administração municipal, por meio da Secretaria de Educação, realizou a Conferência Municipal de Educação e marcou posição, novamente, com o XVI Simpósio Rio-clarense de Educação, dois eventos de grande porte, com excelente nível de participação. O vereador Sérgio Desiderá esteve presente à sessão de encerramento do simpósio.